Cientistas agrícolas chineses que usam tecnologia de edição genética criaram novos mutantes de soja, o que poderia levar a lavouras de soja em climas muito mais quentes, incluindo o sul da China e países próximos à linha do Equador. Para criar os mutantes da soja, equipes de pesquisa da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas eliminaram dois genes usando a ferramenta de edição de genes conhecida como CRISPR, disse Hou Wensheng, pesquisador do Instituto de Ciências Agrícolas da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas.
Experiências mostraram que os mutantes floresceram 31 dias depois e produziram significativamente mais vagens e sementes por planta do que foram plantadas no sul. A equipe acredita que esses mutantes podem ter um enorme potencial de rendimento em baixas latitudes e nos trópicos, sendo que a pesquisa foi publicada no Plant Biotechnology Journal.
Culturas de soja plantadas em climas mais quentes têm baixos rendimentos devido a períodos de tempo mais curtos necessários para amadurecer, afetando seriamente o florescimento e a maturidade da soja. As equipes de pesquisa planejam modificar ainda mais os mutantes para torná-los resistentes a pragas e adaptáveis a ambientes em latitudes mais baixas, disse Hou. Na China, a soja é cultivada principalmente no Nordeste, na província de Henan, na China Central, e na província de Anhui, no leste da China.
A China é o maior consumidor mundial de soja e mais de 80% de sua soja é importada de países como Estados Unidos e Brasil. A pesquisa poderia ajudar a China a aumentar sua produção de soja, embora não possa alterar imediatamente a dependência das importações devido à limitação de terras cultiváveis para o plantio da oleaginosa.
Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems