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Cana: ano favoreceu o etanol e a tendência deve seguir em 2018

Segundo projeção, o açúcar deve amargar preços menores também em 2018. Relembre como foi o ano e o que deve acontecer na próxima safra

O setor sucroenergético começou 2017 com força total, com preços do açúcar em crescimento constante, ainda como reflexo do último ano. Mas,  com o passar dos meses, a realidade bateu à porta e os preços começaram a cair devido ao excesso de oferta no mercado. Concorrentes como Índia e Ucrânia produziram mais, o que acabou forçando a produção brasileira a mudar o mix de açúcar para etanol neste fim de ano.
“O açúcar foi uma grande decepção, pois a indústria e os próprios agricultores esperavam preços melhores. A mudança, no entanto, foi muito rápida e o mercado reagiu aos bons preços de 2016”, avaliou o diretor da Bioagência , Tarcilo Rodrigues.
Para o produtor de cana, o alto custo da produção em 2017 foi um grande problema. “Os insumos subiram, como adubo e herbicidas. Por outro lado, teve a alta do óleo diesel, que subiu muito nesses últimos dois anos, pesando muito na produção de cana”, contou o produtor Gilmar Soave.
Falta de renovação
No interior de São Paulo, a falta de renovação dos canaviais prejudicou o rendimento da lavoura. Em abril, o produtor já previa colher 4 mil toneladas a menos por causa disso. “A cana que cortamos da metade pra frente da safra sofreu com a falta de chuva. Estávamos com a cana muito defasada e acabamos ficando com um canavial velho, produzindo pouco. O que precisamos é reformar eles, porque a produção está baixa e isso faz cair a média da produção”, ressaltou Soave.
Para o presidente da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), Arnaldo Bortoleto, é preciso investir no sistema de reforma de 18 meses. “Quando se faz uma reforma de cana de 18 meses, a produtividade acaba melhorando porque ela tem mais tempo para desenvolver para o primeiro corte. Quando o bolso está muito apertado e o solo está favorável, ele planta a cana de ano, que não dá a mesma produtividade”, contou.
Etanol
No caso do etanol, a situação foi melhor durante o ano de 2017. No começo do ano, a introdução de impostos como PIS e Cofins sobre combustíveis, que até então era zero, passou para uma alíquota de R$ 120 por metro cúbico, o que acabou frustrando o produtor. Mas, com o desenrolar da safra, já contando com a falta de açúcar no mercado, houve uma reviravolta.
“Houve uma majoração dos tributos em agosto, principalmente sobre a gasolina, o que deixou o etanol extremamente competitivo. No exato momento em que as usinas começaram a mover a produção de açúcar para o etanol, o mercado começou a responder com demandas fortes e construção de preços”, analisou Tarcilo Rodrigues.
Segundo o superintendente da Coplacana, Klever José Coral, tudo leva para que essas tendências se repitam em 2018: com o Brasil em começo de safra produzindo mais etanol, enquanto que açúcar ainda deve amargar preços menores, principalmente de compradores da europa.
Renovabio
A notícia mais aguardada do setor, no entanto, foi a aprovação do Renovabio pelo senado. O projeto tem como objetivo dobrar a produção de etanol até 2030 e reduzir gás carbônico na atmosfera, com maior substituição dos combustíveis fósseis pelos renováveis. Além da demanda maior, a ideia é que sejam oferecidos bônus aos produtores de biocombustíveis.
“Ele abrange biodiesel, bioquerosene, biometano, etanol de cana e milho. É muito mais amplo e coloca o Brasil na vanguarda, já que somos deficitários em combustíveis, temos um espaço enorme de demanda para ser suprida e, se não colocar o Renovabio pra valer, seremos o maior importador de combustíveis do mundo”, finalizou Rodrigues.
Fonte:Canal Rural

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